Teoria Dimensional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fermanl, manuscrito. 1999.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cs1 

 Cs2

Rumo ao Túnel

 

          Em voo orbital no vácuo, o "Eggy" é realmente rápido - e atinge rapidamente a velocidade da luz. O princípio de reacção que o move é de facto semelhante ao das naves quânticas actuais - a diferença só se faz sentir quando o amortecedor fractal fica para trás e a nave desliza no ponto reflexo de fluxo da metadimensão.

Recapitulemos rapidamente: vimos que o Universo em que vivemos e a que acedemos através do conhecimento científico balizado pela Física Quântica constitui no seu todo uma dimensão estrutural em sintonia constante com um número infinito de outras dimensões possíveis que se expande constantemente para lá do interface dimensional da matriz de fundo detectável através dos micro-buracos negros. Vimos também que essa sintonia inter-dimensional expressa uma realidade física intermédia – a Metadimensão. Vimos quais as leis que regem a estrutura da metadimensão e aprendemos a construir um objecto metadimensional manipulável – o Plasma Relativo. O Plasma Relativo permite-nos gerar um interface de atrito mínimo para uma nave espacial e produzir um leme deflector esférico cuja massa equilibra a massa da nave considerada. Conseguimos assim colocar uma nave em voo orbital metadimensional que podemos controlar e acelerar até à velocidade da luz. OEggy” é neste nível uma nave excelente para voos orbitais intra-sistema – permite-nos, por exemplo, viajar rapidamente entre a Terra e Júpiter ou Plutão, consumindo escassas horas no trajecto.

A velocidade da luz é a velocidade máxima que conseguimos atingir em voo metadimensional. O facto deve-se ao condicionamento estrutural do sistema em que nos movemos: conseguimos igualar, mas não ultrapassar os parâmetros que regem o nosso posicionamento inter-dimensional, e estes resultam do equilíbrio entre as leis da relatividade e as leis que regem a metadimensão. A massa relativista v de um corpo que se desloca com uma velocidade comparável à da luz é dada pela expressão m=mº (1-v2/c2)-1/2, em que é a massa em repouso e c é a velocidade da luz no vácuo. No universo quântico, à medida que aceleramos em direccção à velocidade da luz a massa tende para o infinito, e essa é exactamente uma das razões porque a velocidade da luz é a velocidade limite. Uma massa infinita necessitaria igualmente de massas de combustível infinitas para se mover, pelo que todas as conjecturas nesse nível desembocam no absurdo. Se o campo metadimensional nos permite viajar à velocidade da luz, tal deve-se à componente infinita do vector de fluxo, que anula a razão exponencial atrás citada; mas o bónus metadimensional termina aí. Atingido o ponto de equilíbrio (velocidade da luz), a nave comporta-se como um fotão e os acréscimos de energia de reacção escapam-se através do limiar de desestruturação de onda para o universo quântico, dando origem à formação de pares electrão negativo-positrão de acordo com a equação massa-energia. Ou seja, a energia transforma-se em matéria, e desta vez sem que de tal possamos tirar partido positivo; pelo contrário, o efeito provoca o adensamento do meio em que nos deslocamos e em vez de acelerar, travamos. Trata-se, afinal, do efeito Compton ao nível da constante de Planck, que utilizamos exactamente para travar o “Eggy” à saída dos regimes luminares.

A metadimensão é como que uma ponte estendida entre o nosso universo (o nosso multiverso) e o mundo dimensional que se estende para lá dos tensores de fluxo - o Aleph 2, À2. Se de algum modo conseguíssemos cortar a comunicação com o universo quântico, cairíamos infinitamente para lá de qualquer hipótese de regresso, através de uma singularidade semelhante à dos buracos negros; mas é impossível. A anulação de uma das componentes traduz-se automaticamente na anulação da outra e na diluição do sistema, de modo algo semelhante à vertigem que os astronautas veteranos tão bem conhecem dos estados de semi-vigília que precedem o sono: caímos... no mesmo ponto.

Viajar à velocidade da luz permite-nos atingir o Sol em oito minutos, ou a estrela mais próxima, exactamente Próxima Centauri, em quatro anos. A partir daí, o muro dos anos-luz adensa-se até se tornar impraticável para o regime luminar. É aqui que temos de recorrer ao salto hipercâmpico para atingirmos as estrelas distantes através do túnel que o nosso sistema de propulsão proporciona.

A descoberta das leis que regem o salto hipercâmpico foi, como tantas vezes aconteceu ao longo da história da Física, casual. Até à conquista da velocidade da luz, a práctica revelara-se consentânea com as deduções teóricas que havíamos formulado; mas a partir daí não dispúnhamos de quaisquer parâmetros conhecidos ou dedutíveis em que baseássemos a nossa investigação. Conseguíramos deduzir as leis que regem a metadimensão; mas o carácter infinito do vector de fluxo era uma componente que sistematicamente embaraçava os nossos cálculos (já de si fantasmagóricos por sermos constantemente obrigados à tradução da metodologia fisico-matemática quântica para o continuum metaquântico), fazendo com que todas as nossas previsões desembocassem no aleatório - ou no absurdo. Tínhamos de nos arriscar a improvisar, apesar de todos os riscos envolvidos.

Não nos atrevêramos ainda a mexer com o equilíbrio de massa do sistema nave-plasma relativo, mas uma interrogação bailava no nosso espírito: que sucederia se aumentássemos a massa  condensada ? Cairíamos através do tensor de fluxo? Criaríamos uma onda de choque com o universo quântico onde nos esmagaríamos? Explodiríamos numa mini-nova feérica mas trágica? Ou aconteceria algo de diferente?

Decidimos experimentar, não com naves tripuladas, como é óbvio, mas utilizando duas pequenas naves equipadas com piloto automático em órbita paralela: numa delas provocaríamos o aumento de massa do plasma relativo e a outra funcionaria como testemunha, registando o que se passasse. É evidente que, à velocidade da luz, não existe referência quântica detectável: o universo desaparece no red-shift da aceleração. Verificáramos no entanto que, quando duas naves voam a par à velocidade da luz, conquanto sejam mutuamente invisíveis a aura metadimensional que as envolve é reciprocamente detectável dentro dos limites de uma esfera cujo raio é proporcional à massa dessas mesmas naves. Regulámos portanto o sistema das duas naves de modo a garantir um regime de aceleração síncrona até à velocidade luminar, e o sistema da nave-teste de modo a gerar um acréscimo gradual de massa relativa a partir desse limite. A experiência demoraria três segundos, findos os quais o sistema da nave-teste (se entretanto a nave não tivesse sido destruida) reduziria automaticamente o fluxo de energia para o plasma relativo até ao nível de equilíbrio. Ambas as naves travariam em seguida, de modo a serem recuperadas.

Os resultados ultrapassaram todas as nossas expectativas.

A nave-testemunha foi recuperada no ponto prefixo. Orbitava serenamente sobre Saturno (leitura 20040630 – Cassini), exactamente 30º acima da eclíptica, como previsto. Quanto à nave-teste, nem sinais. Que teria acontecido?

Corremos a analisar o banco de dados. A sequência dos acontecimentos fora fielmente registada, e deslizava agora perante os nossos olhos atónitos. Até ao regime luminar, a nave-testemunha gravara em video o voo da sua companheira. À medida que a velocidade aumentava, o red-shift foi esbatendo os contornos da nave, até que a distorção relativa a ocultou completamente; mas no ponto Lº - velocidade da luz - o eco metadimensional  da nave-teste era perfeitamente nítido e síncrono. Iniciou-se então o período de sobremassa (* Rampa de Fluxo, Ynigualdades) - e aconteceu aquilo que nenhum de nós previra: o eco da nave-teste avançou no ecran do radar e desapareceu. A nave-teste acelerara! O impossível acontecera: tínhamos ultrapassado a velocidade da luz!

A algazarra no Centro de Controle foi indescritível. Toda a gente falava ao mesmo tempo, enquanto os físicos mais cépticos e incrédulos deitavam as mãos à cabeça sem conseguirem descolar os olhos da pescadinha que registava a sequência histórica. Não podia ser verdade, tinha de existir um erro, algures! Mas não havia erro. Seis segundos depois, o universo com as suas constelações surgia de novo no ecran, e os espectros de manutenção dos diversos sistemas eram lineares ao longo de todo o processo.

Alguém descobriu algures uma garrafa de champanhe, e a rolha saltou com um estampido que ressoou por todo o Centro. E nesse mesmo momento a explicação do ocorrido instalou-se no meu cérebro, com a limpidez das coisas simples: o aumento de massa potenciara o vector de fluxo e a nave-teste acelerara ao longo da exponencial infinita, mantendo o rumo inercial e mergulhando em direcção ao À2 envolta no seu campo particular! A minha suspeita confirmara-se: as características singulares da metadimensão permitiam ultrapassar a velocidade-limite do universo quântico - a velocidade da luz. Restava apenas saber se a nave-teste sobrevivera à experiência. Se a minha dedução era correcta, existiam bastantes probabilidades de que se encontrasse algures, ao longo da órbita metadimensional (a órbita metadimensional não coincide com os cálculos para uma órbita espacial no universo quântico: escapa-se tangencialmente a esta última em direcção à linha de fuga gravitacional galáctica do lugar - a recta ideal que um corpo seguiria se conseguisse furtar-se completamente à geodésica do espaço-tempo curvo gerada pelo campo galáctico) definida para o teste.

Bingo! A nave-teste esperava-nos a cerca de 2000 milhões de Km da Terra, já próxima da órbita de Urano. Caía suavemente recortada contra o fundo de estrelas, como que envolta numa sinfonia irreal da velha Terra. Estava intacta! Sobrevivera incólume a uma aceleração que nenhum artefacto humano jamais suportara, transpondo em seis segundos uma distância que a luz demorava quase trinta minutos a percorrer!

Os avanços proporcionados por este êxito foram, naturalmente, enormes. Passámos imediatamente às experiências com animais - o primeiro ser vivo que, à excepção dos vírus e bactérias, viajou a uma velocidade superior à da luz foi um gato, ou melhor, uma gata, a Liná, que saiu da nave-teste com o seu lacinho às pintinhas e manifestando uma serenidade aristocrática que faria inveja à Duquesa. Em breve iniciámos os voos tripulados e, a pouco e pouco, fomos descobrindo as relações que regem o binómio massa-velocidade para o voo metadimensional supraluminar. Felizmente, o espaço inter-estelar é pródigo em pistas amplas e desimpedidas onde os erros de anos-luz são insignificantes... Mas, mesmo assim, o nosso registo de peculiaridades derivadas da contracção relativa do espaço-tempo acabou por ser tão ou mais vasto do que o repositório de conhecimentos científicos que fomos adquirindo.

Verificámos que o incremento de velocidade é directamente proporcional ao quadrado da massa de condensado relativo e inversamente proporcional à velocidade da luz, o que se traduz muito simplesmente através da fórmula

 

                                          Vsl = M2

em que V é a velocidade supraluminar da nave, M a massa traduzida do condensado relativo e Lº a velocidade da luz. Se aplicarmos esta fórmula a uma pequena nave de 300Kg, vemos que

                                  Vsl= (300.000gr)2/300.000

o que, para uma massa de condensado equivalente à da nave, nos proporciona uma velocidade de 300.000 Km/s, como já verificáramos. Se duplicarmos a massa de condensado, fazendo-a portanto corresponder a uma massa dupla da massa da nave, vemos que

                                      Vsl = (2X300.000gr)2/ 300.000

o que corresponde a uma velocidade de 12X105 Km/s, ou seja, 4 vezes a velocidade da luz. Uma relação tripla dá-nos uma velocidade igual a 9 vezes a da luz - e assim sucessivamente. Se em vez de uma nave de 300Kg utilizarmos uma nave de 600Kg, teremos que... Não! A relação que vimos atrás mantém-se, independentemente da variação de massa da nave! A tradução do interface metadimensional é regida por uma transformação da fórmula para a energia do metacampo onde o limiar de desestruturação de onda, d/2, modula a relação constante que acabámos de descrever. Podemos portanto resumir muito simplesmente dizendo que o factor da velocidade supraluminar é igual ao quadrado do factor da massa da nave, o que constitui a primeira lei para os regimes supraluminares e designamos por Lei da Transferência ou Lei Factorial.

Uma outra consequência das características particulares associadas ao voo supraluminar através da metadimensão é o facto de termos de seguir uma rota pré-programada; uma vez ultrapassada a velocidade da luz, não existe espaço-tempo quântico onde possamos fazer actuar qualquer sistema deflector direccional - a nave é mais rápida do que qualquer emissão de energia que pudéssemos conceber, pelo que apenas nos resta a alternativa de acelerar ou travar. Isto não chega a constituir uma desvantagem; podemos sempre calcular cada 'mergulho' para qualquer ponto do universo quântico (dentro de certos limites que definiremos mais adiante) e utilizar em seguida os sistemas direccionais de que dispomos para o voo subluminar.

O voo supraluminar, conquanto se processe através da singularidade metadimensional, não constitui ainda o salto hipercâmpico; demoraria ainda algum tempo até que conseguíssemos uma utilização prática do efeito-túnel. Entretanto, os voos de ensaio supraluminares continuavam. Procurávamos constantemente atingir velocidades superiores, já que, passada a euforia inicial, depressa verificámos que não bastava sermos mais velozes do que a luz: tínhamos de ser muitíssimo mais velozes para conseguirmos uma velocidade que nos permitisse viajar entre as estrelas. Consideremos, por exemplo, o caso de Proxima, a nossa vizinha estrela do Centauro, que dista da Terra 4 anos-luz. Voando à velocidade de L2, demoraríamos, seguindo uma lógica empírica, dois anos (730 dias) a percorrer os 37.843.200.000.000 Km que dela nos separam. Os valores subsequentes são, como facilmente se deduz seguindo a mesma linha de raciocínio,

                                             L3 > 486 dias

                                             L4 > 365 dias 

                                             L5 > 292 

                                             L6 > 243  

                                             L7 > 208,5 

                                             L8 > 182,5  

                                             L9 > 162  

                                            L10 > 146 

                                           .....................   

 

                                            L20 > 73 dias!...

 

                                            ....................  

                           L25 > 58,4 dias, ou seja, dois meses.

Mesmo viajando a uma velocidade 25 vezes superior à da luz, ou seja, à fantástica velocidade de sete mil e quinhentos milhões de quilómetros por segundo, demoraríamos ainda assim dois meses a atingir a estrela mais próxima de nós! Dois meses de hibernação, sem o mínimo contacto com o Universo exterior, quatro meses contando com as fases de aceleração e desaceleração!... Podíamos dizer adeus às galáxias a milhões de anos-luz de nas profundezas do espaço sideral!...

 Mas não tínhamos, de facto, motivos para desanimar. A evolução dos resultados permitiu que num curto espaço de tempo conseguíssemos centuplicar a velocidade da luz, decuplicando a massa relativa condensada; mas, chegados a esse ponto, a obtenção de melhores resultados parecia problemática. Não carecíamos de energia - a tradução de campo continuava a ser modesta, reivindicando quantidades mínimas de plasma para os enormes incrementos obtidos; mas a aura tensorial do metacampo que envolvia a nave tornara-se fortíssima e os instrumentos de bordo começaram a manifestar um comportamento bizarro. A princípio não ligámos, atribuindo os factos às vicissitudes naturais em qualquer sistema onde se multiplicam os quadrantes, os écrans e os mil e um acessórios de coordenação e processamento de informação que constituem o panorama interior de qualquer nave. Esta displicência deveria ter-nos feito suspeitar de que a aura do metacampo nos estava  a afectar; mas os raros sinais de alerta e estranheza surgiam apenas esporadicamente durante os períodos de repouso e desvaneciam-se tão depressa éramos envolvidos pelos campos metadimensionais. Fisiologicamente, o nosso estado era perfeitamente normal. Mas, por volta de L80, começaram a surgir anomalias no computador: pequenos programas acessórios que inesperadamente desapareciam do sistema sem deixar rasto, periféricos que deformavam os dados sem qualquer razão aparente - e funcionavam normalmente em envolvimentos inócuos, pequenos erros de configuração que obrigavam a reprogramação de dados. Quando atingimos L100 era frequente vermos os ratos a bailarem nos écrans em alegres saltos quânticos e passáramos a ultrapassar congelamentos de sistemas em reboots constantes, como se fosse a coisa mais natural de todos os universos. Estávamos a ser seriamente afectados pela metadimensão - e não nos apercebíamos disso. Era um milagre que até à data ainda não tivéssemos sido vítimas de qualquer desastre grave.

 

A velocidade da luz é o limiar de estabilidade do universo quântico. É por isso que é, simultaneamente, a velocidade máxima e mínima possível nesse universo – ou seja, toda a nossa percepção física do universo é uma construção a posteriori sobre a velocidade da luz. O paradoxo do problema do tempo infinito ou nulo para a equação de energia-massa da relatividade geral implica necessariamente aquele outro paradoxo. Isto significa que a metadimensão solve o paradoxo. Tal facto deve-se às características singulares do vector de fluxo, já que ele, como vimos, anula a discretização do universo quântico.

O Césio 137 é um radionuclido que emite espontaneamente radiação gama. O elemento natural tem os seguintes pontos de calor: fusão: 2.09 kJ mol-1; vaporização: 65.9 kJ mol-1; e atomização: 79 kJ mol-1 (UC, 19980603). Isto significa que à temperatura de 79 Kj o césio se atomiza, ou seja, as suas moléculas se decompõem. Neste ponto, os átomos expõem os seus níveis orbitais superiores - dizemos que a sua afinidade covalente se encontra no ponto máximo. Neste estado, é fácil a captura de partículas massivas oriundas de envolvimentos facilmente desestruturáveis, como é, por exemplo, o caso do trício - produto, tal como o deutério, de uma multimolecularização do hidrogénio, mas mais instável.

Já sabemos que o iodeto e o brometo de césio se utilizam em cintiladores, devido à facilidade com que emitem electrões quando expostos a radiação (a primeira grande aplicação do césio a nível industrial remonta a 1926, quando passou a ser utilizado como aditivo de filamentos de tungsténio para aumentar a sua função de trabalho em tubos de rádio). Nas lâmpadas do "Eggy" utilizamos exactamente uma mistura de bromoiodeto de césio e trício.

Logo que a temperatura criada pela resistividade da mistura atinge os 79 Kj, os átomos "nus" de césio reagem avidamente com o plasma de trício ionizado e superenergizado; o césio entra em escalada isotópica de acordo com o quadro Cs1 - que contempla a energia tríplice e a perda por efeito Raman.

Vejamos as diferenças entre os intervalos apresentados (Quadro Cs2). Vemos que a curva de temperaturas é uma sinusóide exponencial: cresce até ao nível 5, tem um segundo ciclo até ao nível 8 onde regista uma diferença energética de 3000 Kj, e reinicia o voo ascendente abaixo da metade deste valor (inércia entrópica), saltando imediatamente para os 11000  Kj. Quando um átomo de Césio 132 captura um núcleo de hidrogénio, forma-se o isótopo Césio 137, que tem um peso atómico idêntico ao do Bário 137. O quadro de temperaturas para o bário duplica sensivelmente os valores do césio 132; mas o bário só atinge o ponto de ebulição nos 2079 Kj. É por isso que no intervalo de ionização do césio 6,7-7,8 se precipita a formação do isótopo 137, um radionuclido que ao decair da energia crítica emite espontâneamente radiação gama na banda dos 11000 Kj.

 

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