Teoria Dimensional

 

 

 

 

 

Plasma 

 

 

 

 

 

 O rectângulo central é uma das primeiras fotografias obtidas através do VLT (Very Large Telescope), inserida na primeira página do jornal "Público" de 28 de Maio de 1998. O conjunto ilustra com algum rigor o que se passa no interior do deflector holomagnético fatal do "Eggy", onde o plasma relativo já está formado. FMNL . Ylab

 

 

 

 

A disposição das concóides na Lemniscata de Bernoulli (em baixo) mostra o modo como o interface metadimensional criado pelo plasma relativo envolve o "Eggy". Embora a função original (reflexa) da lemniscata seja assimptótica, o carácter fractal do interface faz com que seja autossimilarmente reproduzida em todo o hipercampo (raciocínio metadimensional). Em cima, o caracol de Pascal. Repare-se na semelhança notável com a figura de Mandelbrot. FMNL.Ylab

O "Eggy" Aquece

 

          Acendemos as nossas lâmpadas de césio-trício no foco das parábolas de reflexão total e vemos cintilar os nossos cristais sintéticos, cobrindo de cilindros de luz branca o holograma magnético já formado. É claro que não vemos os círculos brancos diferenciados, mas sim como uma superfície aparentemente esférica, branca e transparente, suspensa no vácuo (podemos observá-la através dos óculos colocados entre os reflectores), com um ponto brilhante no seu centro. É o plasma relativo, ainda diminuto, mas onde já existe matéria (neutrões) - e que cresce constantemente.

No seu seio fervilham turbilhões que se clivam entre a matéria e a força pura; mas o núcleo massivo começou já a reivindicar o seu império sobre a energia e trava a expansão da coroa de plasma, no que é auxiliado pela pressão da nuvem invisível de lasers gama que continua a fornecer energia ao sistema.

 

É neste ponto conveniente explicar porque é que o holograma fatal deflector do "Eggy" não é um holograma luminoso no sentido convencional, mas sim um holograma magnético: as inevitáveis interferências entre as frequências dos dois campos coerentes comprometeriam a eficácia do deflector. Os reflectores do circuito de emissão estão encastoados numa armadura esférica geradora de um campo magnético a que aplicamos a função fatal, obtendo assim a deflexão desejada. Mais adiante descreverei alguns factos interessantes relacionados com este campo magnético.

Estamos na fase de "instalação" do "Eggy", que ocorre na vizinhança de um sistema energético capaz de fornecer os milhões de GeV necessários à formação de um núcleo neutrónico com a massa desejável - a massa da nave (antes que assuste os físicos que orientam o seu raciocínio pelo campo quântico, devo lembrar que estamos a lidar com um campo metadimensional, onde a relação energia-massa é regulada). Logo que esta massa é atingida, o "Eggy" torna-se autónomo e o leme de que falámos no início encontra-se operacional.

A energia necessária para a manutenção do plasma relativo é mínima - não devemos esquecer que o plasma não está em expansão livre, mas sim contido pelo interface metadimensional criado: no limite exterior, basta que a coroa laser tenha uma intensidade liminar para que o sistema se mantenha em equilíbrio. Simultaneamente, o interface metadimensional tem o efeito de agrupar as duas massas: se a nave se deslocar, o núcleo neutrónico acompanha a deslocação do foco. Mais ainda: o efeito metadimensional comunica-se a toda a estrutura; a nave flutua no interface (coerente?) e, embora a sua massa se mantenha, encontra-se em atrito metaparticular - o mínimo atrito concebível na escala de discretização material do nosso universo. O problema não é mover o "Eggy" - é mantê-lo imóvel. Todos os vectores gravitacionais locais têm de ser compensados (felizmente os campos gravíticos são igualmente diluídos pelo interface e o índice de absorção para a radiação cósmica é, pela mesma razão, extremamente elevado), o que se torna extremamente difícil de modular já que na situação de quase absoluta imponderabilidade em que a nave se encontra qualquer descontrole na emissão de uma partícula tem o efeito de recuo de um canhão. As próprias emissões de comunicação são feitas em "duplicado" - uma cópia energética aleocríptica é emitida para o eixo inverso do fluxo da antena, de modo a compensar o efeito de inércia associado; e é o próprio interface metadimensional que funciona como um revestimento absorvente que trava todas as radiações significativas imprevistas oriundas do interior (a banda de comunicação é emitida na mesma frequência dos lasers energéticos, o que, não sendo uma justificação, contribui para a compreensão da instabilidade equifrequencial da coroa laser).

O trício é, como sabemos, um catalisador universal para as fusões. Por outro lado, o césio é designado na gíria de laboratório como "o elemento de Heisenberg" devido à posição privilegiada que ocupa na curva espectral - é um metal alcalino, o 55º elemento da tabela periódica: central. Na espiral superior, o frâncio é radiactivo. O césio-triciado que utilizamos é igualmente radiactivo (césio 137, um elemento abundante proveniente dos detritos nucleares e um excelente produtor de raios gama que uma excelente equipa dos USA centralizada em Oak Ridge e Savannah River - ver informação da TFA Tanks na Internet, Junho de 1997 - disponibiliza purificado). A concha esférica que envolve o reactor é revestida com silicotitanato cristalino de modo a absorver qualquer eventual dispersão gama, extremamente dura e nociva para os tecidos humanos. O trício ajuda-nos a modular a frequência da radiação de modo a azimutarmos o momento universal. FMNL.Ylab                     

                                                 ***

A fronteira  metadimensional  é  uma  figura  auto  similar - um fractal - que, geometricamente, se desdobra inversa a partir do foco hipercâmpico como um caracol de Pascal, seguindo o traçado da função de Mandelbrot que é do conhecimento geral.

Quando  Einstein  escreveu  a  fórmula  para  o  equilíbrio  entre energia e massa, tinha já completado o seu raciocínio em relação ao cone de luz. Nesse tempo o fotão colhia a sua definição, entre outros factos, da sua qualidade de arquétipo material para a discretização do discernível. Einstein compreendeu que o princípio perceptível do universo teria de ser coincidente com a sua ontogénese e com a sua dinâmica ontogenética. Completada a órbita relativa, a luz surgia naturalmente como limite harmónico para a discretização do infinito (estruturalismo de Heisenberg).

 

A Teoria da Relatividade é uma ferramenta sobretudo prática. A sua clivagem com Newton é apenas aparente - Einstein acreditou até ao fim na possibilidade de solver os campos físicos em torno de uma teoria completamente abrangente; se hoje em dia reconhecemos a impossibilidade de tal unificação (uma teoria absolutamente una teria de conter as premissas equacionáveis do seu reflexo gnóstico e do seu próprio futuro, o que é absurdo - nunca nos podemos furtar à perspectiva) é porque o nosso campo de visão se dilatou através da investigação sistemática do mundo quântico e das singularidades físico-matemáticas. Ou seja: dilatámos o nosso campo meta-físico.

Uma singularidade física surge quando a evolução coerente das suas leis desemboca na sua própria contradição. É o que acontece com os buracos negros: o próprio Einstein previu a sua possibilidade, consciente de que a queda gravítica do equilíbrio nuclear arruinava o seu limite de entropia - quiçá com o fatalismo estóico dos que compreendem que sem ovos não se fazem omeletes. Mas manteve-se sempre dentro dos limites do pragmatismo científico - e também por isso a sua teoria funciona e perdura. Afinal, uma singularidade é uma excepção e, como tal, confirma a regra.

A plena compreensão da luz é fugidia até ao momento em que a confrontamos com o espaço-tempo; a partir daí, o cone de luz discretiza-se de facto, a dualidade partícula-onda adquire uma evidência lhana, o princípio de incerteza transforma-se numa rocha sólida para o edifício quântico e Planck surge como a joint venture privilegiada para a Disneylândia. Desvendar os segredos da matéria é um tirocínio frequentemente árduo, mas que lida directamente com o reflexo estrutural - e evolutivo. Não é o cone de luz que tenta espartilhar a luz - é a luz que, dilatando a sua onda no tempo, constrói o cone. E isto, sendo extremamente simples e evidente, é fundamental (e frequentemente obscuro e esquecido). Não existe espaço-tempo fora do cone de luz (apenas a matriz ontológica arquetípica) - e o grande bigode abisma-se perante a estranheza de um horizonte que se expande rumo ao intangível enquanto a sua memória estrutural é devorada pela vertigem infinita da singularidade… O buraco negro é o tipo de objecto físico que redime definitivamente a investigação teórica - só esta permite prevê-lo e enquadrar as discrepâncias que desvendam o seu refúgio para além da fronteira dimensional em fuga.

Na mecânica ondulatória as partículas deixaram de ter posições e velocidades distintas e definidas, que não podem ser obser-vadas. Em vez disso, têm um estado quântico resultante da combinação da posição e velocidade. Heisenberg mostrou que a incerteza quanto à posição da partícula a multiplicar pela incerteza da sua velocidade e pela massa da partícula nunca pode ser menor do que uma certa quantidade que é conhecida como constante de Planck (Hawking, Breve História do Tempo, 85.86).

 

Não sabemos descrever o comportamento dos átomos e da luz num campo de gravidade muito intensa. À temperatura de 1032, temperatura de Planck (1019 GeV - energia de Planck, Hawking), a densidade da radiação emitida gera um campo de gravidade desmesurado, impedindo-nos de conhecer o comportamento dos átomos e da luz. Esta temperatura é também designada de muro de Planck ou muro da ignorância (Reeves, A Hora do Deslumbramento,114). A energia máxima que em 1988 conseguíamos produzir era de 100 GeV, e corresponde à força nuclear fraca. É também a energia dos bosões vectoriais maciços W+, W- e Z0 que a veiculam, previstos em 1969 por Weinberg e Salam e descobertos em 1983 no CERN.

A matéria nuclear "gela" a mil milhões de graus (o valor exacto dessa temperatura depende da densidade global no ponto de "congelação") através de um processo que designamos nucleo-síntese primordial (Reeves, ibid.). Após o bigbang inicial, só quando o universo arrefece até àquele ponto é que as partículas constituintes da matéria - os quarks - se discretizam e agregam formando os nucleões (neutrões e protões) que constituem os núcleos atómicos, mantendo-se diferenciadas devido ao princípio de exclusão.

 

A coesão estrutural é mantida por uma força, a força nuclear forte, cem vezes mais intensa do que a força electromagnética (Reeves, ibid., 131). Crê-se que esta força é transmitida por uma outra partícula de spin 1*, chamada gluão, que interactua só consigo própria e com os quarks. A força nuclear forte tem uma propriedade curiosa chamada confinamento que mantém as partículas sempre unidas em combinações sem cor. Não se pode ter um quark isolado, porque teria cor (vermelho, verde ou azul). Em vez disso, um quark vermelho tem de estar junto a um verde e a um azul por uma "corda" de gluões (vermelho + verde  + azul=branco). Este tripleto constitui um protão ou um neutrão (carga). Podem também formar-se pares quark-antiquark, constituindo partículas instáveis denominadas mesões. Do mesmo modo, o confinamento evita que se tenha um único gluão, porque os gluões também têm cor. Em vez disso, é preciso ter um conjunto de gluões, cujas cores juntas produzam o branco. Esse conjunto forma uma partícula instável chamada glueball ou bola de grude (Hawking, ibid., 107-108).

Há outra propriedade da força nuclear forte, chamada liberdade assimptótica, que torna o conceito de quark e gluão bem definido. Para energias normais, a força nuclear forte é realmente forte e mantém os quarks unidos. Contudo, experiências com grandes aceleradores de partículas indicam que nas energias elevadas a força forte se torna muito mais fraca, e os quarks e os gluões se comportam quase como partículas livres. (Hawking, ibid., 107-108).

Aqui na Terra não temos, pode dizer-se, dúvidas de que os núcleos dos nossos átomos se defendem muito bem da morte (vida um bilião de vezes mais longa do que a do nosso sol). Mas no interior de um buraco negro deixariam de possuir esse carácter nucleónico específico. A morte gravitacional impede a conservação do número total de nucleões no mundo (Taylor, Buracos Negros: O Fim do Universo?, 68).

Sabemos que uma estrela com a massa do nosso sol completa o seu ciclo existencial transformando-se sucessivamente numa anã branca e numa anã negra. Mas se a massa estelar for entre 1 e 5 vezes a do sol, forma-se uma estrela de neutrões (Reeves, ibid., 104). A massa maximal de uma estrela fria estável, acima da qual pode sofrer colapso e originar um buraco negro, denomina-se limite de Chandrasekhar.

Chandrasekhar compreendeu que há um limite para a repulsão que pode resultar do princípio de exclusão. A teoria da relatividade limita a diferença máxima nas velocidades das partículas de matéria na estrela à velocidade da luz. Isto quer dizer que, quando a estrela fica suficientemente densa, a repulsão causada pelo princípio de exclusão é menor do que a atracção gravitacional. A ideia foi esta: quando a estrela se contrai, as partículas de matéria aproximam-se muito umas das outras e, portanto, segundo o princípio de exclusão de Pauli, têm de ter velocidades muito diferentes. Isso leva-as a afastarem-se umas das outras fazendo com que a estrela se expanda. Uma estrela pode então manter-se com um raio constante por um equilíbrio entre a atracção da gravidade e a repulsão que resulta do princípio de exclusão, tal como anteriormente a gravidade era equilibrada pelo calor.

Chandrasekhar calculou que uma estrela fria, de mais do que uma vez e meia a massa do sol, não poderia manter-se contra a própria gravidade (Hawking, ibid.). Quando a repulsão gerada pelo princípio de exclusão é anulada pela massa, a estrela colapsa sobre si própria, formando-se um buraco negro. A estrela parece ficar suspensa numa região denominada ergosfera, um horizonte de acontecimentos petrificado de onde nada, nem mesmo a luz, pode escapar (~Taylor, ibid., 69).

O raio crítico de uma estrela morta, a partir do qual todos os objectos ficam para sempre nela retidos, denomina-se raio de Schwarzchild, em homenagem ao físico que o descobriu em 1917. O seu comprimento para a Terra é de apenas um centímetro: se a Terra fosse comprimida até ao tamanho de um centímetro, nada se poderia dela libertar. (Taylor, ibid., 55).

 

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